quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Podes crer amizade, podes crer. Toni Tornado, o mestre do soul brasileiro.

Em 1972 eu tinha nove anos. Não sabia dizer direito o que sentia ao ouvir aquele som pulsante e vibrante. E aquela dança? Era um som que estava em mim, e eu estava no som. Eu precisava saber o nome do dono da voz e da dança, e me disseram...Toni Tornado. Naquela época não era fácil. Hoje ainda não é, mas naquela época era mais difícil. Então eles tinham de ser bons. E Toni Tornado era bom. Fico realmente triste quando vejo e ouço o que se tem apresentado por aí como se fosse Funk. Não vou entrar na discussão, mas antes pediria a estes que chamam os bondes da vida de Funk, que escutem James Brow, Funkadelic...e Toni Tornado. E Toni fez o que os mestres gênios fazem, trouxe a África do Funk de lá,  e misturou com a África  daqui. E podes crer amizade, ficou legal demais. Não, ele não falava de "cachorras" ou algo parecido. E a dança era um requebrado cheio de rítimo. E se havia algo de sensual não havia nada de pornográfico. Naqele tempo se fazia sexo no quarto, e não no palco. Era apenas música e dança. E Toni dançava, deslizava no palco como um herói negro cheio de "black power". Sim meninos, tinha tambem isto..."The black power". O poder negro reinvindicando o espaço devido àquele povo recém-saído da escravidão. Então não havia tempo  para bobagens como rebolar feito "cachorras" e achar que é arte, ou que é liberdade de expressão. Não havia espaço para falta de talento e/ou inteligencia. "A gente corre na BR-3, a gente morre na BR-3" já cantava o mestre. E fico feliz ao ver este menino aos oitenta anos cantando inteiraço e ainda esboçando o seu eterno gingado cheio de saúde. Meninos...música boa faz bem à saúde. Ah mas não falei ainda do disco que estou recomendando.Chama-se Toni Tornado 1972, e traz surpresas. Quem se aventurar a ouvir irá se surpreender logo na primeira música...Mané Beleza. E se ouvir enquanto ler estas linhas irá me perguntar...Mas voce não falou tanto de funk, de soul music? Então por que estou ouvindo algo parecido um baião,  ou xaxado, sei lá? Aí então depois de rir um pouco eu respondo...Ora, eu náo falei da Africa de cá? Não falei que ele é sábio? Perguntem aos mestres sobre qual a matéria dos clássicos?!? "E nem metade eu contei, nem mais eu posso contar...".
Mas não quero "Grilar a sua cuca", não faço isto não. Quero apenas que faça o favor de prestar atenção aos naipes de metal a partir da segunda música. Engraçado, eu tinha apenas nove anos quado este disco foi lançado. E ainda hoje todas a frases gritadas neste disco fazem sentido, e como ele eu tambem duvido muito. E galera, sinceridade...não venham me falar que a voz não é uma super voz, e etc e tal. É muito nelhor que noventa por cento do que eu ouço hoje. Ah e o órgão Hammond costurando a música  "Sinceridade" é tudo que eu procuro em qualquer som. E como era divertido falar a frase da ordem dia "Podes crer amizade...podes crer". Afirmação de honra, de verdade absoluta...pode acreditar. Era assim, assim ainda devia ser. Toni Tornado, sua benção mestre.








2 comentários:

  1. Tenho uma carga de preconceito com este disco e Toni Tornado que deve pesar uma tonelada ou duas. Comecei a ver o video mas desisti

    Definitivamente não é meu tipo de som.

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  2. Hehe, diga aí meu hey. Tranquilo, este som é realmente bem pessoal e direcionado para que curte o gênero. Mas cuidado com o preconceito! E as férias?

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